sábado, 15 de agosto de 2015

Amores

Eu sempre achei que soubesse o que era o amor.
Assim simples, sem muito explicar... Duas pessoas que querem caminhar juntas, que
precisam do contato, precisam do cheiro e da pele.
Mas existe um algo mais, um que de infinito e misterioso que não é em todo amor
manifesto.
Vivi alguns amores, amores que foram amadurecendo e se transformando.
Vivi amores que acabaram na linha de um furacão.
Vivi amores que não passaram de alucinação.
Vivi amores pela metade e amores completos...
Mas nunca acabou o vazio da alma.
Tenho um amor de alma.
E minh‘alma vazia do amor que preencheria esse espaço.
Esse amor existe tanto quanto a dor de não viver.
E uma sensação de morte.
Morte de um amor que não chegou a crescer, não chegou a se desenvolver. Como um
aborto, penso nisso com a dor de quem aborta sem querer.
Não existe grito desesperado, nem palavra cautelosa que reverta à situação.
E minha alma sozinha chora... Chora por dentro.
Mantém reluzente a capa de invulnerabilidade e aceitação passiva.
Mas que droga, é assim a vida? Lutar pra encontrar um grande amor e não viver esse
amor.
Já não há lagrimas reais e o mar emocional é como uma fonte de cristal que jorra água
lavando tudo com meu choro contido.
O desespero toma partido do mar e causa revoluções. E a esperança não quer ver o dia
do luto chegar.
E foram tantos anos, esperando o mundo se ajeitar, esperando tudo estar no lugar certo
na hora certa. E quando isso aconteceu. Minha alma gritou tanto, rouca, perdeu a voz no
amor do outro.
E o toque de alma foi a despedida...
Eu respiro fundo e dou um passo, arrastado e sem vontade, forçado pelo instinto de
sobrevivência... E mais um passo... E outra respiração. E mais um passo,... para longe
de você, para dentro do amor... Por que amor que é de tão velho, amor azeitado, não
enferruja, ta lá sempre reluzente. Tortura de minha alma. Amor da minha vida.
Vida sem o amor.
E lagrimas reais, minha alma toma conta do corpo, enfiada em mim, chora o irreal, o
impossível, chora o sonho não realizado e a esperança que não acaba.
Chora a impotência do controle e a dor de ver o sonho virando pó.
Chora por que não vê sentido na vida sem o amor.
E chora pra perdoar a si por não perdoar o outro.
Eu penso que vou ter sempre em mim um túmulo de bebê. E quando o passar dos anos
calar a ausência, eu vou olhar pra trás e chorar a felicidade idealizada e não vivida.
E será que vou achar triste ou romântico?
Quando a dor cede lugar a calma. A prece de minh’alma se torna audível pra mim. E eu
e ela em coro cantamos a esperança.
Que o dia do Sol chegue e as crianças possam vestir asas coloridas e de mãos dadas ,
caminhem o tempo do hoje.
E nos vejo entre arco-íris de amor.
E me perdôo pelos pensamentos ruins.
Esperando meu amor te tocar.

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